sábado, 2 de maio de 2009

Morte pode ter vínculo com grupo nazista

Seis pessoas foram presas desde sexta-feira em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina suspeitas de terem ligação com o assassinato de um casal de universitários por disputas de poder entre integrantes de movimentos neonazistas no País. O economista Ricardo Barollo, de 34 anos, preso sexta-feira em São Paulo, é apontado pela polícia do Paraná como suspeito de ser o mandante da morte do estudante Bernardo Dayrell Pedroso, de 24 anos, e da namorada dele, Renata Waeschter Ferreira, de 21. Eles foram mortos na madrugada de 21 de abril na região metropolitana de Curitiba, na saída de uma festa em uma chácara que comemorava os 120 anos de nascimento do ditador nazista Adolf Hitler (1889-1945).

Segundo as investigações, Pedroso foi morto por ter divergido de Barollo ao iniciar a fundação de seu próprio movimento no Paraná. A namorada, disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, foi assassinada para tentar evitar a identificação do grupo ligado a Barollo responsável pelas mortes. Foram presos também João Guilherme Correia, de 18 anos, e Jairo Fischer, de 21, - suspeitos de terem atirado no casal - Rosana Almeida, de 22, Rodrigo Mota, de 19, e Gustavo Wendler, de 21.

Barollo e os cinco suspeitos foram apresentados em Curitiba ontem à tarde. Ele negou ter ligações com o neonazismo. Declarou-se comunista e disse integrar um grupo que “tem um plano de governo democrático para mudar o país’’ chamado Neuerland (Novo País).

Barollo disse ter conhecido Pedroso pelo Orkut, mas afirmou ter cortado relações “por divergências ideológicas’’. “Ele era capitalista e eu, comunista’’, disse. “Sou inocente e estou sendo apresentado aqui como culpado. Todas essas acusações irão cair.’’ Ele é “idôneo’’, disse seu advogado, Adriano Bretas.

A polícia apresentou material de apologia ao nazismo, como livros, bandeiras e desenhos. Uma das duas armas que a polícia aponta como usadas no crime também foi apresentada.

É uma pistola calibre 9 mm, argentina, com inscrições da Polícia Federal local. A polícia disse que Pedroso organizou a festa na chácara.

E que o grupo de Barollo aproveitou o evento para vigiá-lo do lado de fora e se vingar de sua dissidência.