sábado, 11 de abril de 2009

Preso acusado de matar mãe e bebê

O acadêmico de engenharia ambiental Marcos César de Oliveira Júnior, acusado de matar a ex-namorada Juliene de Souza Guimarães, de 26 anos, e o suposto filho do casal, Nicolas de Souza Guimarães, de 10 meses, foi preso quinta-feira, em Guaíra (SP), para onde fugiu após cometer o duplo assassinato que chocou a população de Piracanjuba, cidade a 87 quilômetros de Goiânia.

A prisão de Marcos César foi negociada com a família dele. Ele estava foragido desde 17 de fevereiro, quando se apresentou à polícia, na Delegacia de Luziânia, prestou depoimento e foi liberado porque ainda não havia mandado de prisão contra ele.

Desde então, ele havia se escondido em Cristalina e depois seguiu para Guaíra, cidade natal de seu pai, o empresário Marcos César de Oliveira, dono de um depósito de materiais de construção e madeireira em Piracanjuba.

As conversas com familiares para a prisão do acusado vinham ocorrendo há uma semana. De acordo com o delegado de Morrinhos, Marco Antônio Martins de Araújo, que comandou as negociações, a polícia foi procurada pelo pai do estudante, que pediu garantias quanto à integridade física do rapaz para apresentá-lo à polícia. O Serviço de Inteligência da Polícia Civil já vinha monitorando familiares e amigos de Marcos César para localizar seu paradeiro. Por volta das 12 horas de quinta-feira, o empresário Marcos César de Oliveira , o capitão da Polícia Militar (PM) Leônidas e um soldado da PM foram para Guaíra e encontraram Marcos César na casa de parentes.

Em seguida, voltaram para Morrinhos, onde ele reencontrou a família e foi submetido a exame médico. Depois, foi levado para o presídio de Morrinhos. Ele está preso sozinho em uma cela. Conforme o delegado, Marcos César está abatido e com o cabelo e barba por fazer. Segundo ele, a prisão do estudante já foi comunicada ao juiz de Piracanjuba, Eduardo Walmory, que expediu mandado de prisão contra o acusado.

Entre os parentes das vítimas, o sentimento ontem era de alívio, como declararam em entrevista à TV Anhanguera. Mãe de Juliene e avó de Nicolas, Wilma Guimarães relatou emocionada que havia terminado uma novena um dia antes da detenção de Marcos César e definiu assim a prisão dele: “Foi um milagre”. Na casa, onde a jovem costumava passar o feriado da Páscoa e onde residem outros dois filhos de Juliene, as recordações dela estão por todo lado.

Já o pai de Juliene, Sebastião Guimarães, e o irmão da jovem, Juliéder Guimarães, torcem agora para que o acusado pague pelos crimes na cadeia. “Espero que ele pague pelo que fez”, e “que cumpra a pena preso”, disseram.

O caso
Juliene e o bebê Nicolas foram mortos no dia 9 de fevereiro, na Fazenda Pirapitinga, a 30 quilômetros de Piracanjuba. O acusado contou com a ajuda do amigo e funcionário de seu pai, Fernando Fernandes Alves, preso no dia 16 de fevereiro, para cometer os crimes. Ao ser detido, ele confessou participação no duplo homicídio e apontou Marcos César como o assassino. Fernando Fernandes foi preso na escola pública onde estudava. Os crimes teriam sido motivados pelo fato de Juliene querer pensão alimentícia para o filho. Para isso, teria de comprovar a paternidade e queria realizar um exame de DNA. No dia do duplo assassinato, Marcos César havia concordado em viajar a Goiânia para fazer o exame. Pegou a ex-namorada e o bebê e foram para a fazenda, próximo a Piracanjuba, mas localizada no município de Cristalina, onde já havia aberto uma cova rasa. No porta-malas do carro, estava Fernando Fernandes. Segundo contou Fernando, próximo à cova aberta, o acusado parou o carro e começou a discutir com Juliene. Ela teria percebido que se tratava de um cilada e disse que desistia do exame, mas foi surpreendida por Marcos César, que usou uma tranca de carro para matar mãe e filho. Na época, Fernando contou que só desceu do carro para ajudar a enterrar os corpos.

O suspeito premeditou os crimes. Comprou passagens de ida e volta para Goiânia e guardou os canhotos. Disse ao pai que iria a Goiânia fazer a matrícula na Universidade Católica de Goiás, onde estuda. Chegando à capital, locou um Palio e voltou a Piracanjuba para se encontrar com Fernando e executar o plano. O fato de ele ter guardado o canhoto das passagens chamou a atenção da polícia e derrubou o álibi que havia preparado para se livrar da acusação.

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